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terça-feira, 30 de março de 2010

Rede Insinuante se torna um gigante

Após a fusão das casas Bahia com o grupo Pão de Açúcar, com faturamento de R$ 18,5 bilhões, e com 20% do mercado, chegou a vez das redes de varejo Insinuante, da Bahia, e Ricardo Eletro, de Minas Gerais, darem origem a uma nova gigante do setor, com faturamento anual aproximado de cerca de R$ 5 bilhões. A fusão das duas redes, que cria a segunda maior rede do varejo de eletroeletrônicos do país, foi anunciada ontem. A expectativa é dobrar o faturamento – R$ 10 bilhões – em quatro anos.
O mercado varejistas de eletro do país ainda conta com o Magazine Luiza, a terceira grande rede varejista, cujo faturamento em 2007 chegou a R$ 2,6 bilhões. A empresa conta com 14 mil funcionários e atua em sete Estados no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A rede iniciou suas atividades em 1957 no interior de São Paulo.
A estratégia do gigantesco grupo Insinuante/Ricardo Eletro é unir sua experiência de liderar mercados regionais – em Minas Gerais e no Nordeste, respectivamente – para unir forças e fazer frente à gigante formada por Pão de Açúcar e Casas Bahia em 2009. Com a fusão, a nova empresa espera passar, em dois anos, dois atuais 8% do mercado nacional para 15% e ser a segunda maior rede varejista do país.
 “A partir desse modelo de negócio ( o da fusão do Pão de Açúcar com a Casas Bahia), surgiu a ideia de ligar para o Luiz (Batista, da Insinuante) e falei: surgiu um caminho para que a gente possa continuar o nosso sonho. Acho que nós temos condição de fazer o mesmo que eles estão fazendo, mas do nosso tamanho”, diz.
Ricardo Nunes, presidente da Ricardo Eletro, e Luiz Carlos Batista, da Insinuante, que falaram sobre a operação em evento em um hotel em São Paulo, destacaram como principais vantagens da união o fato de as redes serem especializadas em regiões diferentes, e serem muito similares em tamanho. Além disso, as duas estão entrando no negócio sem dívidas e com reservas de caixa.
“A grande vantagem é que quase não temos sobreposição de lojas. Isso só acontece no estado da Bahia, onde a Insinuante tem 80 e a Ricardo tem 60 lojas. Mas não devemos fechar nenhuma loja”, disse Ricardo. Com relação à Bahia, os executivos apontaram que o mercado do estado comporta as duas varejistas.
O objetivo da Máquina de Vendas, como foi batizada a nova holding, é crescer das atuais 528 lojas para mil pontos de venda em 2014. A estimativa é que o negócio gere um ganho com sinergias de cerca de 3% - aproximadamente R$ 150 milhões. O número de funcionários também deve dobrar, de 15 mil para 30 mil.

"Estamos abertos a fusões e associações"

Os empresários não divulgaram o valor da operação que, segundo eles, foi feita a partir da troca de ativos e passivos das companhias.
De acordo com Batista, não houve desembolso por parte das empresas e a intenção é que o crescimento da nova rede aconteça por meio de fusões, aquisições e associações com outros grupos. “Estamos muito abertos para associações e fusões, de modo que não dependamos tanto de capital externo”, disse ele.
Segundo o executivo da Insinuante, a nova empresa deve investir R$ 50 milhões na criação de até 50 lojas em 2010, sendo que cerca de 30 delas deverão ser criadas no Rio de Janeiro, com a bandeira Ricardo Eletro. A rede planeja entrar no mercado na cidade de São Paulo em cerca de um ano e meio, segundo Nunes.
O controle da holding será compartilhado, sendo que cada uma das redes atuais possuirá 50% de participação. Ricardo Nunes, da Ricardo Eletro, será presidente da nova companhia, enquanto Luiz Carlos Batista, da Insinuante, ficará a frente do conselho executivo da holding.
A partir de agora, a holding estará presente nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal e do interior de São Paulo.
Negociação - A ideia da união, segundo os executivos, surgiu depois do anúncio da união do Pão de Açúcar com as Casas Bahia, em dezembro do ano passado. De acordo com Nunes, o anúncio chamou a atenção para uma nova oportunidade de negócio, e fez com que ele ligasse para Batista em janeiro para propor o negócio. Desde então, os dois estiveram “morando juntos” em um apart hotel no Itaim Bibi, em São Paulo, para negociar todos os detalhes da operação.
“Desde janeiro, estamos comendo e bebendo essa operação”, diz Nunes.
A negociação, segundo as empresas, tem como objetivo atender o crescimento do consumo das famílias brasileiras, em especial das classe C e D. A marca Insinuante será a bandeira predominante nas regiões Nordeste e Norte do país, enquato a Ricardo Eletro será utilizada no Centro-Oeste e no Sudeste. A união acontece alguns meses após o grupo Pão de Açúcar, líder no varejo do país, ter fechado acordo de compra das Casas Bahia, criando uma rede com pouco mais de mil lojas.
A Ricardo Eletro foi fundada em 1989 e tem cerca de 260 lojas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Goiás e no Distrito Federal, entre lojas de rua, de shopping e megastore. A companhia tem cinco centros de distribuição. Enquanto isso, a Insinuante começou a operar em 1959 e atualmente possui aproximadamente 220 lojas, em todos estados do NE mais Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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