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segunda-feira, 29 de março de 2010

Edital da Ferrovia Ilhéus - Caitité foi assinado

após a inauguração do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene), em Itabuna, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Jaques Wagner, em Ilhéus.
      Eles lançaram o edital de licitação que escolheu as empresas que farão os 14 lotes da construção de Ferrovia Oeste-Leste, uma das principais obras de infraestrutura do Brasil que, inicialmente, trará a soja do oeste baiano (foto) até o futuro Porto Sul. soja
      Ilhéus é o ponto final da ferrovia, que sai de Figueirópolis, no estado do Tocantins, e percorre 1,4 mil km até chegar ao mar. No caminho, ela passa por 32 municípios baianos e cruza o estado de ponta a ponta, no sentido oeste-leste.
      A Fiol também liga a Bahia a outros estados, através do cruzamento com a Ferrovia Sul-Norte, que terá 3,1 mil km, entre o Pará e São Paulo. A Fiol entra na Bahia pelo município de São Desidério, na região oeste, a 1,1 mil km de Ilhéus.
      Na zona rural do município, uma placa de madeira fincada no chão indica que aquele ponto faz parte da rota da Ferrovia Oeste-Leste na Bahia. A marcação é uma das poucas deixadas pelo trabalho de medição do projeto, que está concluído.
      No oeste, a ferrovia servirá ao transporte dos produtos do agronegócio, como algodão, milho, café e soja, que tem a maior área plantada e este ano produziu uma safra recorde de 2,9 milhões de toneladas.
      Segundo Jaques Wagner, a Ferrovia Oeste-Leste será uma importante alternativa para o transporte de cargas, estimulando novos investimentos e potencializando as exportações baianas. “Esta é a maior obra de infraestrutura da história da Bahia”.
      Mineração
      Em direção ao mar, a ferrovia segue, passando por Correntina, Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Guanambi e Caetité, onde está tudo pronto para a exploração de 470 milhões de toneladas de minério de ferro.
      A Mina Pedra de Ferro está ligada à Fiol por meio de um ramal de 20 quilômetros. De Caetité até o mar, a ferrovia percorre mais 530 quilômetros e passa por outros 15 municípios.
      Em Ilhéus, ela se encontrará com o Porto Sul, que vai ser construído na Ponta da Tulha, litoral norte da cidade. Na região será instalado também um aeroporto, formando um grande complexo logístico e uma zona de processamento de exportação (ZPE).
      O projeto da Ferrovia Oeste-Leste foi desenvolvido pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa do Ministério dos Transportes especializada em ferrovias. Ele foi inspirado no projeto desenvolvido pelo engenheiro baiano Vasco Neto, há cerca de 50 anos.
      Para realizar a construção, a obra foi dividida em três etapas: a primeira, entre Ilhéus e Caetité, tem 530 quilômetros; a segunda, entre Caetité, Barreiras e São Desidério, 413 quilômetros; e a terceira, de São Desidério a Figueirópolis (TO), 547 quilômetros.
      A previsão é de que a primeira etapa da construção da ferrovia esteja concluída no primeiro semestre de 2011, a segunda no primeiro semestre de 2012 e toda a ferrovia até o final de 2012.
      Ainda em Ilhéus, Lula e Wagner assinaram contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, do PAC Saneamento e entregaram 27 veículos para as Polícias Civil e Militar na região Sul da Bahia.


Lula: "oposição não acreditava no Gasoduto"
e duvidava que um operário mecânico investiria US$ 7 bilhões em uma obra que vai “ficar debaixo da terra” e ninguém vê. Num discurso de conteúdo mais político, Lula mirou a oposição, apresentou dados econômicos e sociais e disse que o Brasil não para mais. lula
      “Não queremos ser tratados como cão vira-latas”. Lula disse que o investimento no Gasene foi estratégico, assim como a sua opção pela parceria com os chineses. “Fazer o com a China foi decisão ideológica”, disse, lembrando que o Japão seria um dos financiadores.
      Da decisão, participaram ministros como Jaques Wagner e Dilma Roussef. A época era 2004, quando Wagner nem pensava em disputar a eleição para o governo baiano. O presidente disse que a decisão foi no voto. A China venceu o Japão por 4 a 2.
      Lula afirmou que o Gasene é “mais um degrau na conquista da independência” do Nordeste brasileiro. “Não estamos tirando nada de lugar algum do Brasil. Estamos dando ao Nordeste a mesma oportunidade de se desenvolver que já tiveram o Sul e o Sudeste”.
      Engenheiros
      Ele enfatizou que, antes, sulistas achavam que nordestino ia para São Paulo só para ser pedreiro. “Queremos ser médicos, engenheiros, projetista da obra”. O presidente não deixou de lembrar sua origem nordestina e os investimentos na educação brasileira.
      “Em 100 anos, toda a elite brasileira fez 140 escolas técnicas. Nós, em 8 anos, vamos fazer 240 escolas técnicas”, disse, não sem destacar que já é o presidente que mais fez universidades no Brasil.
      Falando do interesse do mais pobre pela educação escolar, Lula foi enfático. “Acabou aquela história de que pobre não tem interesse, não gosta. Pobre não tinha era oportunidade”, disse, lembrando o sucesso das Olimpíadas de Matemática, hoje com 19,4 milhões de alunos.
      Ainda na mesma linha emotiva do discurso, Lula vaticinou: “Esse país não para mais, e não tem mais volta. Nós aprendemos a gostar de nós. A gente é pobre, mas tem orgulho e vergonha na cara. Não queremos ser tratados como cão vira-lata”.

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