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sexta-feira, 19 de março de 2010

Em busca da cura, bebê é levado para São Paulo

O bebê Igor Ferreira, de 11 meses, que supostamente foi picado por uma aranha da espécie Loxosceles, conhecida como aranha marrom, foi transferido no final da tarde de ontem para a Instituição da Criança no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Segundo o diretor do Hospital Jorge Valente (onde a criança estava internada), Humberto Silveira Alves, a família foi quem resolveu sair de Salvador em direção à capital paulista. “Nós tivemos uma relação muito tranquila e esclarecedora com a família da criança. Eles estão transferindo o filho na esperança de conseguiu reverter o quadro. Os pais buscam uma alternativa para que os ferimentos parem de aumentar no corpo do menino”, explica.
Segundo Alves, antes da transferência foi realizada no bebê uma espécie de coleta na lesão, com a finalidade de diagnosticar o real problema da criança, “Certeza que foi picada só teríamos se os pais tivessem trazido o inseto. A constatação é fundamentada na evolução que ocasionou a necrose e posteriormente gerou a amputação, que era inevitável. Para encerrar as dúvidas, trouxemos um profissional da Fundação Fiocruz e de imediato ele detectou veneno de um inseto. Mandamos o material imediatamente para o Centro de Controle de Doenças (CDC), com a finalidade de ter mais exatidão no caso,” disse.
De acordo com o diretor, o caso da criança é grave devido à necrose ascendente, que já avança pelo corpo. “A lesão inicial foi tratada, realizamos mais de quatro cirurgias no local para remover a pele morta, mas a necrose se alastrou, teve uma evolução muito rápida. No momento, já percebemos uma vermelhidão até o abdômen”, revela.
No último domingo, a equipe médica resolveu amputar a perna esquerda da criança em decorrência da necrose que insiste em se alastrar.
A criança teria sofrido a picada no município de Alagoinhas, localizado a 107 quilômetros de Salvador, no dia 21 de fevereiro. A mãe relata que, na madrugada, o menino chorou muito e ao verificar percebeu um hematoma. Assim, imediatamente ela o levou para um posto de saúde na cidade; não apresentando melhora, ela resolveu dar entrada no Hospital Jorge Valente, na capital baiana.
Em entrevista à imprensa, a mãe de Igor, Jamille Ferreira do Nascimento, 27 anos, desabafou a aflição de ter o diagnóstico do filho ainda em aberto. “Na fase inicial, o ferimento tinha características de picada de aranha, mas a necrose deveria parar de evoluir após ele ter sido medicado.
Não foi isso que aconteceu. A necrose já provocou a amputação de uma das pernas de meu filho, mas não temos a verdadeira causa do que realmente está acontecendo”. Ela segue esperançosa para São Paulo, buscando um tratamento que faça a necrose cessar.
Saúde alerta população sobre roedores e animais peçonhentos.
Com a aproximação do Inverno, a incidência de chuvas aumenta e, consequentemente, cresce também o número de doenças contraídas pelo contato humano com roedores e insetos. De acordo com a coordenadora de vigilância e controle a outras zoonoses urbanas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Helena Farias, muitos fatores propiciam para este crescimento, como a presença de animais e insetos na residência.
“As condições de higiene são bastante propícias. Objetos amontoados são atrativos para os animais fazerem os ninhos e colocarem as crias. A armazenagem de alimentos de forma incorreta é outro chamariz. “A alimentação dos animais domésticos deve ser retirada”, alerta Farias.
A coordenadora diz que os restos de comida espalhados pela casa servem de alimento para os roedores. Em mercadinhos, é imprescindível que não se deixem grãos expostos.
Cuidados - Uma equipe da vigilância e controle de zoonoses urbanas, visita com frequencia comunidades, escolas, igrejas e associações, para alertar a população sobre os cuidados necessários para evitar as doenças relacionadas a insetos e roedores.
Logo depois das palestras, o trabalho de campo é feito de casa em casa, a fim de intensificar o bloqueio de casos notificados e possíveis novos registros, levando as informações necessárias e tirando dúvidas da população, como em relação à leptospirose.
A bactéria, alojada nos rins do animal, é eliminada através da urina e contamina quem tiver contato não apenas com a urina, mas também diretamente com o roedor, inclusive se estiver morto.
Os sintomas da leptospirose são muito parecidos com os da dengue ou gripe, e por isso existe dificuldade no diagnóstico, sendo necessário um exame laboratorial. As pessoas devem ficar atentas à febre súbita, sensação de corpo mole, mal-estar, dores na panturrilha e olhos amarelados, que são sintomas marcantes da doença.
De acordo com especialistas, o desmatamento e crescimento indiscriminados principalmente dos grandes centros urbanos, além do lixo jogado nas encostas, ruas e avenidas, são propícios à possibilidade de alastramento de tais enfermidades.
O contato com água parada, principalmente proveniente de enchentes, pode causar a leptospirose, adquirida através do contato com a urina do rato. A doença deve ser tratada o quanto antes, pois evolui de maneira bastante rápida, atingindo diversos órgãos, podendo levar à morte em até 24 horas.
Nesse período o aparecimento de animais peçonhentos também aumenta consideravelmente, principalmente se houver condições ambientais adequadas, como enchentes e umidade. Por isso, a limpeza é de fundamental importância.
Além disso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta a população para o uso indiscriminado de produtos do tipo chumbinho ou outros venenos.
As áreas de maior incidência da doença são: Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima, Cabula/Beiru, São Cristóvão, Cidade Baixa e Liberdade, que são vistoriadas regularmente pelas equipes de agentes de combate às endemias da SMS.
Com a vistoria, são acionados os órgãos necessários para a manutenção, como limpeza de canais e retirada de lixo das ruas.

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