
Ele é acusado de cometer crime ambiental numa fazenda de sua propriedade, no litoral do município de Uruçuca.
A denúncia feita ao Ibama revela que o empresário promoveu desmatamento em Área de Proteção Permanente (APP), e não conta com Estudo de Impacto Ambiental (EIMA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima).
O autor da denúncia é o fotógrafo, administrador e militante ambientalista Ed Ferreira. Ele fez diversas imagens aéreas da fazenda localizada entre Ilhéus e Serra Grande, distrito de Uruçuca, às margens da rodovia Ilhéus-Itacaré (BA-001).
No local, o dono da Natura e candidato a vice-presidente da República pelo PV está construindo um complexo de lazer e entretenimento. Guilherme Leal afirma que o projeto é legal, pois teria autorizações da prefeitura de Uruçuca e do Governo do Estado.
As licenças teriam sido emitidas em 2007. O denunciante discorda e observa que a prefeitura não tinha autonomia para emitir a licença, nem o estado poderia conceder a licença sem a análise do Ibama.
80 hectares
A Modusvivendi Participações Ltda tem área de 80 hectares, de acordo com Guilherme Leal. O candidato a vice-presidente é um dos homens mais ricos do País.
O caso tem levado preocupações à campanha da presidenciável Marina Silva, uma das maiores referências mundiais em meio ambiente. Ciente do estrago que o fato pode causar à sua candidatura, Marina afirma que há um nítido interesse em “tisnar” o nome do vice.
Mas Leal está enrascado também com a Justiça Eleitoral. Na declaração de bens que fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não consta esta propriedade em Uruçuca. O seu patrimônio, conforme a declaração, é de R$ 1 bilhão.
Na última sexta-feira, 9, havia encerrado o prazo para que Leal apresentasse ao Ibama as licenças prévias que diz ter da prefeitura de Uruçuca e, também, do Instituto do Meio Ambiente (IMA), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
A denúncia também causou estragos no grupo “ambientalista” que se opõe ao Complexo Sul e vem fazendo protestos na região norte de Ilhéus. Eles começam a ser cobrados pela omissão em relação aos possíveis crimes ambientais de Guilherme Leal.
Um dos maiores anunciantes da TV Globo, dificilmente a denúncia contra o dono da Natura Cosméticos vai ter o mesmo espaço negativo destinado pelo programa Fantástico ao projeto intermodal.
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