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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Folha revela que aloprado do PT virou fazendeiro no sul da Bahia



 Apontado em 2006 pela Polícia Federal como o homem da mala de dinheiro que seria usada na compra de um dossiê contra tucanos, no "escândalo dos aloprados", Hamilton Lacerda virou fazendeiro na Bahia, informa reportagem de Hudson Corrêa e Leonardo Souza, publicada neste domingo pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
O ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que ganhava R$ 5.000, agora tem negócios de R$ 1,5 milhão e sociedade com Juscelino Dourado, ex-assessor de Antonio Palocci, envolvido com um suposto negociador de propina para o PT.
Lacerda também é fundador e um dos sócios da Bahia Reflorestamento, que mantém plantações de eucalipto na fazenda Olho d'Água, no município de Encruzilhada (BA).
Com 247 hectares de área, a propriedade está avaliada em aproximadamente R$ 500 mil.
Outro lado
Preposto de Lacerda na Bahia, Breno Macedo Santos disse que está à frente do negócio de reflorestamento: "Na realidade sou eu que trabalho com isso. Vocês estão distorcendo isso". Santos disse que Lacerda é "um familiar" dele, mas não informou o grau de parentesco.
A Folha deixou recado na casa de Lacerda em São Caetano do Sul e enviou mensagem por celular e e-mail. Lacerda mandou um assessor perguntar qual era o assunto. Informado, não quis falar. Juscelino Dourado não ligou de volta.
"Aloprados"
Acusado pela Polícia Federal de fornecer uma mala com R$ 1,7 milhão para compra de dossiê contra tucanos na campanha de 2006, Lacerda foi reconduzido aos quadros do PT no início de fevereiro.
Pressionado pela cúpula petista, ele pediu desfiliação logo após a PF apreender o dinheiro em um hotel de São Paulo em setembro de 2006 --flagrante que levou à crise na campanha de reeleição de Lula.
Com a vitória no primeiro turno frustrada pelo caso, o presidente chamou de aloprados Lacerda e os demais envolvidos na compra do dossiê.
Investigado pela PF e por uma CPI no Congresso, Lacerda nunca disse a origem do dinheiro usado para compra do dossiê. Uma revelação poderia causar maiores danos a caciques petistas.
Ele sempre manteve a versão de que, em vez de R$ 1,7 milhão, entregou roupas no hotel a dois emissários que comprariam o dossiê (planilhas, fotos e fitas de vídeo sobre venda de ambulâncias).
Até hoje, a PF ainda não comprovou a origem da quantia, mas indiciou Lacerda por suposta lavagem de dinheiro.

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