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sábado, 24 de abril de 2010

Telescópio Hubble completa 20 anos de missão no espaço


NasaFoto por Nasa
O Hubble passou por reforma no ano passado e
vai continuar operando ao menos até 2013
Há exatos 20 anos, no dia 24 de abril de 1990, o ônibus espacial Discovery partia do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, levando na bagagem o equipamento que revolucionou o modo como os homens olham para o Universo, o Telescópio Espacial Hubble. O trabalho do observatório, que durante essas duas décadas mandou imagens estonteantes para a Terra, já permitiu que os astrônomos publicassem mais de 8.700 trabalhos científicos, o que faz dele um dos instrumentos científicos já produzidos. A vantagem do Hubble é que ele fica a cerca de 550 km acima da atmosfera da Terra, reduzindo distorções da luz. Com isso, ele consegue imagens melhores do que os telescópios instalados na superfície do nosso planeta. Entre outras descobertas, as fotos tiradas pelo Hubble tornaram possível estimar que o Universo tem entre 13 milhões e 14 milhões de idade, estimativa muito mais precisa do que a que existia antes (10 milhões a 20 milhões de anos). O observatório também tem um papel importante na caça por outros planetas. Em 1990, os astrônomos não tinham visto qualquer planeta fora do nosso Sistema Solar – hoje esse número já passa de 400. Apesar de a maior parte dessas descobertas ter sido feita por telescópios que ficam na Terra, o Hubble demonstrou que a Via Láctea é, provavelmente, a casa de bilhões de planetas.
Durante suas 110 mil voltas em torno da Terra, feitas a uma velocidade de 28 mil km/h, o observatório fez mais de 570 mil imagens de 30 objetos celestiais. De acordo com a Nasa (agência espacial dos EUA), nesses 20 anos os dados obtidos pelo telescópio atingiram a marca de 45 terabytes, "o suficiente para encher 5.800 DVDs".
Apesar do sucesso, o Hubble já passou por percalços, incluindo ter de usar "óculos". Depois de poucos meses de funcionamento, os técnicos descobriram que o principal espelho do telescópio havia sido fabricado de modo errado, o que causou um problema grave no foco do equipamento. Como o espelho não poderia ser trocado ou consertado, decidiu-se fazer uma correção e usar um sistema que tem um papel muito parecido com o que óculos ou lentes de contato têm para o ser humano. Foi preciso fazer uma missão de 11 dias e cinco caminhadas espaciais com o ônibus espacial Endeavour para ajustar o espelho.
No ano passado, o Hubble passou por uma boa recauchutagem. A reforma, que custou US$ 1,1 bilhão (R$ 2 bilhões), incluiu a instalação de duas novas câmeras e a troca de outros instrumentos cientificos. Sete astronautas foram ao espaço a bordo do ônibus espacial Atlantis para fazer o trabalho, uma missão que durou 11 dias. O telescópio esperou anos por essa "funilaria". Essa missão estava prevista inicialmente para 2004, mas teve de ser cancelada depois da explosão da nave Columbia, em 2003, quando sete astronautas morreram – o governo dos Estados Unidos mandou parar as viagens de ónibus espaciais até que fosse provado que esse tipo de veículo era seguro.
Ed Weiler, porta-voz da Nasa, diz que o "o Hubble é sem dúvida um dos mais reconhecidos e bem sucedidos projetos científicos da história".
– O trabalho feito no ano passado deixou o observatório no máximo de sua capacidade. É um novo início para os trabalhos científicos, que tem um impacto na nossa sociedade.
Nesta semana, a Nasa anunciou que estendeu seu contrato com a Associação de Universidades para Pesquisa de Astronomia para a administração do Hubble. A prorrogação vale por três anos, até 30 de abril de 2013, e deve custar aproximadamente R$ 198 milhões (US$ 113 milhões). A agência espacial americana continuará responsável pelo fornecimento de produtos e serviços necessários para o programa científico.

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