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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Secretário põe o dedo na ferida e fala em herança de R$ 4,8 milhões em dívidas

Antônio Carlos Rabat

Crédito: JBO

O secretário de Saúde de Ilhéus, Antonio Carlos Rabat, colocou o dedo na ferida. Em pronunciamento surpreendente durante sessão especial na Câmara na tarde desta quarta-feira (26), disse que a saúde pública do município não está funcionando a contento pelo fato de ter encontrado uma dívida de 4 milhões e 800 mil reais, somente junto a fornecedores de matéria-prima. Ao se pronunciar no plenário da Câmara, Rabat definiu a gestão da sua antecessora, Marleide Figueiredo, como “temerária”, causando fortes reflexos neste momento em que tenta dar um novo rumo ao setor.
De acordo com Rabat, os postos não estão desabastecidos por falta do seu conhecimento ou da sua competência. “É por falta de pagamento mesmo”. O secretário disse que está impedido até de mudar de fornecedores, pelo fato de que ter encontrado uma demanda já licitada, empenhada e liquidada, situações no serviço público que impedem de comprar em outro lugar. O pior, segundo Rabat, que o descrédito da secretaria tem levado inúmeros fornecedores a pedir cancelamento de contrato com a prefeitura. “Também caiu significativamente a quantidade de empresas interessadas em participar dos nossos pregões”.
Indagado pela vereadora Carmelita Ângela se, neste momento, ele se sentia responsável pela incômoda posição da saúde que, em pesquisa para consumo interno do governo é considerada o pior setor da administração do prefeito Newton Lima, Rabat foi enfático: “nem um pouco”. Na opinião dele, os índices ruins devem ser creditados à sua antecessora. “Sei que tenho compromisso com a cidade. Saí da minha zona de conforto, atuando como profissional liberal, para me dar o direito de melhorar o sistema. “Estou focado em resultados. Preciso de tempo e da confiança da população. Se não conseguir tocar o projeto sou eu mesmo que pedirei para sair”.
A sessão especal realizada pela Câmara foi convocada semanas atrás pelos vereadores para debater com o secretário sobre os problemas enfrentados pela saúde municipal. Não se esperava que o secretário fosse, como se diz no adágio popular, colocar o dedo na ferida. O certo é que, com a sua postura no plenário, dificilmente esta ferida será cicatrizada entre ele e a antecessora. Mas, segundo pessoas ligadas ao governo municipal que participaram do evento, a sessão marca um divisor de água na saúde. “Agora, com todos sabendo os reais motivos da crise, o secretário terá mais tranquilidade para trabalhar na reversão deste quadro”, comentava um assessor ao final da sessão.

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