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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sessão especial debate porto da Bamin

Novas discussões sobre o porto sul

Crédito: Ascom



Convocada pelo vereador Wenceslau Júnior, foi realizada nesta quarta-feira (2), em Itabuna, uma sessão especial para debater a implantação do porto privativo da Bahia Mineração, integrado ao Complexo Intermodal Porto Sul. O projeto privado enfrenta resistência de ambientalistas, assim como o empreendimento público (porto, aeroporto e ferrovia).



De acordo com o vereador, o debate é importante porque há na região uma tentativa de demonização desse investimento, com argumentos pautados no que ele chamou de “miopismo” desses ambientalistas. “Na verdade, nós que somos favoráveis a esses empreendimentos, não fazemos a defesa por não conhecermos os impactos negativos que esse complexo vai trazer. Sabemos que todo empreendimento causa danos, mas também sabemos que existem contrapartidas e medidas mitigadoras que devem ser adotadas pela empresa e pelos governos estadual e federal”.



A explanação foi feita por dois representantes da empresa, Marcelo Taylor e Amine Darzé, que ouviram questionamentos e opiniões sobre o que ainda deve ser feito para garantir a contrapartida social para as regiões atingidas pelo empreendimento. “Devemos pensar na necessidade de desenvolvimento humano, com o menor impacto possível no meio ambiente. Quando o impacto for absolutamente necessário, que ele seja mínimo e que haja as contrapartidas”, lembrou o ex-vereador Luís Sena.



O sindicalista Jairo Araújo defendeu que a Bamin se comprometa com projetos de gestão do lixo, o que é uma das questões ambientais mais urgentes e complicadas na região. “E essa intervenção poderia se dar na forma de apoio financeiro a entidades que venham a desenvolver projetos de reciclagem do lixo, produção de artesanatos, enfim, que possam ajudar a sanar questões ligadas ao meio ambiente e gerar renda, ainda que sejam ações que não estejam diretamente relacionadas à atividade da empresa”.



A gerente de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável da empresa, Amine Darzé, disse que este é um dos pontos que estão sendo observados pela Bamin, inclusive já com ações localizadas. “Coincidentemente, já estamos trabalhando com algumas comunidades parcerias que envolvem essa questão do lixo”.



Ao final, o vereador Wenceslau Júnior disse que irá propor, na Câmara Municipal, a aprovação de moção de apoio ao projeto do Porto Sul como um todo, a ser endereçada ao governo estadual, para marcar, definitivamente, a posição de Itabuna em relação a esse processo. “Queremos estar preparados para receber parte dos benefícios que esse empreendimento irá trazer à nossa região. E Itabuna, pelo menos essa Casa, deve dar essa clara demonstração de que queremos isso”.



Sem citar nomes, ainda foram endereçadas críticas ao grupo de ambientalistas que se posicionam contrários ao empreendimento e a principal delas é que deve ser observada, pela comunidade regional, o verdadeiro interesse por trás das tentativas de barrar o projeto.



“Entendemos que a luta pela preservação do meio-ambiente é valida e necessária, tanto que a fazemos no dia a dia. Mas também não podemos fechar os olhos para a realidade. Se a gente observar, o eucalipto, que é uma cultura altamente degradante, já está em nossas portas. E a gente não vê a mesma paixão dessas vozes gritando contra isso”, provocou Jairo Araújo.



Outra crítica foi em relação à localização sugerida pelos ambientalistas para o Porto Sul: a península de Maraú, um santuário praticamente intocado. “Lá, sim, os problemas ambientais poderiam ser bem maiores, já que é uma região praticamente inexplorada”, observou o coordenador de Fatores Locacionais, Marcelo Taylor.



Wenceslau observou ainda que o que está em jogo é a vida de milhares de pessoas, que podem ter sua condição de pobreza agravada a cada dia e, aí sim, estarem mais suscetíveis a degradar o meio ambiente em busca da sobrevivência. “Estamos falando aqui de desenvolvimento com sustentabilidade, que vai garantir tanto o crescimento econômico como a mínima interferência no meio ambiente. E, pelo que ouvimos da explanação da Bamin, isso está garantido em seu projeto”.

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