Samu de Ilhéus entra em greve na segunda-feira por tempo indeterminado

Novo movimento cinco meses depois de uma paralisação Crédito: JBO

Médicos, enfermeiros, auxiliares, motoristas e operadores de telefone do Serviço Médico de Urgência e Emergência (Samu) de Ilhéus vão paralisar as atividades, por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (18). De acordo com a comissão de greve, o serviço será mantido com apenas 30 por cento da sua capacidade, confirme determina a lei, e as ambulâncias só deixarão o pátio da sede do Samu depois da "confirmação técnica" de que o paciente está mesmo em estado grave.

O movimento ganhou o apoio de todos os 82 funcionários do serviço que reagiram à decisão do governo municipal em realizar uma nova seleção pública simplificada, para preenchimento de todas as vagas, cinco meses antes da realização de um concurso público. De acordo com o médico Teobaldo Magalhães, diretor do Sindicato dos Médicos da Bahia, os profissionais do Samu têm em mãos um documento assinado pelo próprio prefeito Newton Lima garantindo que não haveria esta seleção.

O documento teria sido assinado durante uma outra paralisação da categoria, ocorrida há cinco meses e este ítem teria sido um ítem amplamente discutido no início do ano. Segundo a categoria, ficarão comprometidos serviços como transferência de pacientes para outras unidades hospitalares, fato muito comum no Samu de Ilhéus, além de deslocamento de pessoas para atendimentos de hemodiálise e tomografia computadorizada.

Além do Samu, a saúde pública de Ilhéus está com os seus postos de atendimento à população fechados. Os servidores iniciaram uma greve que está sendo contestada pela prefeitura que, nesta quarta-feira (13) emitiu uma nota pública condenando o movimento. De acordo com o prefeito Newton Lima, a greve acontece de forma unilateral e sem respaldo legal. Definiu a medida como "imprópria e descabida" e que em nenhum momento as autoridades municipais teriam sido informadas sobre o problema.

Na nota, o município convocou os servidores a retornarem ao trabalho e ameaça os servidores com "sanções previstas na legislação trabalhista em vigor" caso não seja restabelecido o funcionamento do serviço. Há mais de dois meses a secretaria municipal de Saúde aguarda pela liberação do novo tirular da pasta, o vereador Paulo Carqueija. Servidor público federal, ele aguarda a liberação do setor de Pessoal, em Brasília, para assumir as novas funções. Enquanto isso, o atual e demissionário secretário, Jorge Arouca, permanece interinamente no cargo.

A situação da saúde pública em Ilhéus é considerada crítica. Um estudo recentemente feito pelo economista e futuro secretário Paulo Carqueija, mostra que o quadro é desolador e, para sair da UTI, a secretaria terá que tomar medidas impactantes nos próximos meses, não descartando, inclusive, demissão no setor. Leia matéria completa sobre a crise, clicando aqui. E saiba o que pensa o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Yolando de Souza, sobre a saúde pública na cidade. Clique aqui.